abril 20, 2006

Bem, no seguimento destes últimos dias mais frouxos, lá consegui encaixar uma ida ao cinema na terça-feira e decidi arriscar um filme que prometia emoções fortes. Decidi-me por Hostel, de Eli Roth porque era patrocinado pelo Tarantino [vénia] e porque precisava de ser abanada de alguma forma. E, como se dizia antes, se o arrependimento pagasse imposto eu estaria completamente carimbada...


Primeiro, gostaria de protestar contra a publicidade enganosa. O facto de associar o nome do Tarantino [vénia] a este belo pedaço de excremento é umas das melhores manobras de publicidade que já vi para promover um filme nos últimos tempos. Confesso que, só de ouvir o nome em trailers ou de vê-lo em cartazes, pensei que fosse realmente algo inovador ou, pelo menos, de qualidade. A sorte é que, com o cartão King, posso ver os filmes que me der na real gana. Mesmo os que não são dignos desse nome.


Em segundo lugar, gostaria de manifestar a minha repugnância por aquilo que vi. Não pelos momentos gore do filme (nem sei se aquilo se pode chamar gore...), nem pela sordidez dos ambientes onde se passavam as chacinas. O que realmente me repugnou foi: a) ter assistido, nos primeiros 45 minutos, a mais um filme da sério 'American Pie' ou derivados, com as mesmas piadas banais, sexuais e machistas; b) pela interpretação ranhosa dos três actores principais, que encarnavam três dos mais estúpidos estereótipos de sempre (o espertalhão, o responsável e o engatatão) e das respectivas acompanhantes, cuja única mais valia era o respectivo par de mamas (natural, por sinal); c) pela trama ser do mais previsível (o diálogo dos três com o maníaco no comboio... Acham que somos assim tão burros?) e não fundamentado possível; d) e pelos momentos de terror, ou pretenso terror, serem tão pouco emocionantes que até a mim, que me borro de medo com tudo, não impressionaram.


OK. Precisava de desabafar. Porque, juro, se tivesse que ter pago para ver este filme talvez estivesse tentada a fazer queixa por não terem respeitado os meus direitos de consumidora. Salvou-se, na minha opinião, a ideia apresentada no final de um local onde o cidadão comum (ou com dinheiro) pudesse satisfazer as suas mais terríveis fantasias demiurgas. Durante alguns segundos, ainda pensei ver algum sentido naquilo que tinha visto mas não. Enganei-me outra vez. Se se quiserem divertir ou martirizar, recomendo-o. Se querem terror a sério, epá... Vejam um asiático qualquer.

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