outubro 24, 2008

Mulher

Hoje, numa simpática oferta deste sítio onde já me sinto em casa, fui até ao Doc Lisboa, ver o documentário brasileiro Jogo de Cena, de Eduardo Coutinho. A ideia era que mulheres comuns contassem a sua história e depois que essa mesma história fosse interpretada por actrizes profissionais. Gera-se, durante o filme, alguma confusão sobre quem são as mulheres comuns e quem são as intérpretes. Confunde-se a dor real com a dor que se vai buscar a um lugar muito escondido da nossa memória e às tantas não sabemos se são lágrimas reais aquilo que vemos.

São histórias interessantíssimas e impregnadas de vida contadas na primeira pessoa. Muitas delas são tristes e envolvem a morte ou o abandono. Outras são de uma vivacidade impressionante, uma espécie de graça própria das mulheres que nasce da facilidade com que nos equilibramos entre tantos sentimentos. Curiosamente, quase todas falam de sonhos e das revelações que esses sonhos trazem consigo, criando à volta destas mulheres uma aura mística profunda. Todas (os) nós temos histórias para contar, quer sejam de vida ou episódios (aparentemente) banais. É esta riqueza que me faz (ainda) não desistir das pessoas.

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