outubro 02, 2012

(uns minutos para respirar)

 

Já aterrámos há três dias mas pouco tempo livre tivemos. É bom, apesar de muito, muito cansativo.

A viagem de avião até aqui foi difícil. Aliás, todo o caminho desde que saímos de casa com as malas foi difícil. O bebé Vicente não quer estar preso pelos cintos de segurança do avião, pelo que não é difícil imaginar toda a berraria que houve naquele avião. Tentámos de tudo para o distrair e especialmente para o adormecer mas foi quase tudo em vão. A única coisa que resultou foi chamar-lhe a atenção na aterragem para as casinhas e os carros tão pequenos lá em baixo e assim conseguimos uns últimos dez minutos de sossego. As hospedeiras foram um amor e serviram-lhe o lanche primeiro e até lhe ofereceram lápis de cor e um livro para colorir mas ambas as coisas não tiveram muito sucesso.

Depois a viagem até casa... Meter uma criança cansada e com fome numa cadeira auto para mais umas três horas de viagem também não podia acabar muito bem. Só uma paragem para comermos qualquer coisa nos evitou a catástrofe total e deixou que ele adormecesse na recta final do caminho. Para quem, como nós, vinha ansiando por condições meteorológicas mais favoráveis, fazer uma viagem inteira a chover torrencialmente não foi agradável. Mas no final, o que interessava verdadeiramente era chegar a casa e isso aconteceu já perto da meia noite.

O dia seguinte era o dia de aniversário do Vicente, o que significou um acréscimo de visita e presentes e beijos e abraços que se pediam dele mas que ele dava a custo. Como passamos o nosso tempo quase a todos a três no Luxemburgo, a quantidade imensa de caras estranhas multiplicou-se nos primeiros dois dias, o que aumentou a irritabilidade do Vicente. A isso juntou-se o facto de ele ter saltado a sesta da tarde, os hábitos que agora tem de comer mal e o resultado não foi bonito: um menino exausto no final do dia, bem como os respectivos progenitores que também se desdobravam em atenções.

E a coisa começou a abrandar ontem. É claro que ainda há visitas para fazer mas agora já as podemos programar ao nosso ritmo e, na verdade, já cumprimos a maior parte das nossas obrigações sociais. Desde que chegámos que também temos tido a oportunidade de comer maravilhas da nossa terra e o ponto alto gastronómico até agora foi o jantar de ontem, em que nos podíamos ter ficado só pelas entradas maravilhosas e dispensado sopa, dois pratos e duas sobremesas. Não me lembro de melhor cansaço do que aquele que sentimos à mesa, depois de ver pratos e pratos a passar e de nos vermos obrigados a recusar as segundas doses sob pena de rebentarmos a qualquer momento.

E agora seguem as férias, entre família e uns dias em Lisboa. E eu agradeço a uma qualquer força superior que está a fazer os dias não voarem, deixando-nos tempo para fazer tudo o que esperávamos destes dias sem deixar nada para trás.

1 comentário:

M de M disse...

Os miúdos sentem tudo...e os nossos estão na idade de usarem e testarem tudo em todos, sobretudo em nós.
Respira fundo e tem muita, muita calma.

ps: ah e não queiras agradar a todos, primeiro estão vocês ;-)