dezembro 01, 2012

O Natal é a nossa casa!


Esta semana fizemos a nossa primeira árvore de Natal!

A nossa ligação com o Natal não é propriamente a da religião mas antes a da família. Há tantos anos que vivo fora de casa que voltar a casa nesta altura do ano é sempre especial para mim. Os últimos Natais têm sido progressivamente mais tristes, sem os meus avôs à mesa, com toda a gente mais velha mas com o bebé Vicente a ajudar a animar a malta.

A noite de Natal é nossa casa é uma mistura de algazarra com os obituários de quem já não está à mesa, com as histórias antigas que nunca vão perder a graça (a da nota de quinhentos que foi para o lixo é um autêntico clássico), com as saudades dos tempos em que éramos quase vinte à mesa, com as prendas que já nunca chegam à meia noite, com o chocolate quente que acompanhamos com o tronco de Natal, com a impressão constante que recebemos mais meias do que precisamos. Há dois anos que os Natais são repartidos por uma casa mais cheia de primos e tias e uma casa onde só já vão sobrando duas avós. Sentimo-nos bem em qualquer uma delas e, melhor que isso, o Vicente adora brincar com toda a gente e em todo o lado.

Mas este ano é especial: fizemos a nossa árvore de Natal. Nunca a tínhamos feito antes porque a casa era pequenina e o bebé também era pequenino e não poderia ainda compreender. Mas este ano ele já pode perceber um pouco da magia que há em estarmos e fazermos tudo juntos, em sermos uma família nos bons e maus momentos. E este ano, em vez de chorarmos a distância ou a cambalhota que fomos obrigados a dar, podemos agradecer a oportunidade tão avassaladora de mudarmos de vida, de termos conseguido uma casa também aqui. E eu acho que, à falta de Thanksgiving, é para isto que serve o Natal: não para chorar ou lamentar as desgraças, mas sim abraçarmo-nos todos e agradecer as mudanças, os amigos, a família que nunca desiste de nós e os bebés que já não são bebés mas que nunca deixarão de o ser. E é claro que a nossa vida não é perfeita, tão longe está disso, mas o que temos foi conquistado por nós e esse presente de Natal não se pode comprar.

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