agosto 04, 2014

(Um intervalo neste gigante parêntesis)

Ainda aqui estou, mesmo que não pareça. Olho para a data da última publicação que fiz e assusto-me quando vejo que foi já há quase um mês! Acho que foi o período mais longo que passei sem escrever aqui.

Não desisti disto, a questão não é essa. Não me passou pela cabeça acabar com este espaço de partilha, que já tanto me trouxe. Só que estou num sítio muito confuso neste momento - falo da minha cabeça, claro - e não arranjo forma de me expressar de uma maneira clara, sem alarmismos nem sentimento e emoção a mais. E ainda por cima, como se toda esta confusão interior não chegasse, também não me sinto preparada para verter isto cá para fora. Se alguma mudança realmente tiver existido nos últimos tempos, é esta: não consigo abrir-me e também não acredito que estas coisas sejam interessantes para os leitores.

Fomos de férias e já voltámos. O que dizer? Eu podia fingir que não estou sempre à espera de pisar solo português mas estaria a mentir. As viagens correram com grande tranquilidade ( muito graças ao nosso homenzinho, que se portou à altura, poupando-nos a birras ou choros desnecessários e sempre empolgado para ambas as direcções. Optámos por dormir uma noite no caminho para cada lado para evitar o cansaço dos dois mil quilómetros. Dividimo-nos entre Lisboa e Portalegre e o tempo (mais uma vez) foi insuficiente para tudo o que queríamos fazer e todos os que queríamos ver. E neste capítulo, ainda estamos longe de fazer o melhor: embrulhamo-nos em tantos compromissos que acabamos por não ter verdadeiramente momentos de descanso, o último propósito das férias. Não sei se alguma vez aprenderemos a fazê-lo ou se continuaremos a falhar mas a verdade é que o balanço entre gente que queremos ver e descanso de que necessitamos é incrivelmente difícil de manter.

Pudemos pelo menos apanhar ar. Pudemos comer junto ao mar, almoçar na tasca dos vizinhos lá ao pé de casa, tomar banho de mar e piscina. Pudemos tratar de burocracias que exigem a nossa presença em Portugal, pudemos ver alguns amigos (e partimos tristes por falharmos outros mas sabemos que todos têm as suas vidas e chegarmos nós a destabilizar é dose), demos saudades a matar à família que, como sempre, nos acolheu cheia de mimos e recordações comestíveis/bebíveis que enchem o nosso coração (e estômago!) agora que regressámos. Nunca chega, a verdade é essa. Por muito que tentemos condensar tudo em tão poucos dias, nunca é suficiente e os dias parecem mais curtos nestas alturas.

Pelo meu lado, tive um momento de revelação e desabafo que me aliviou mas abalou um pouco. Era espectacular que pudessemos ter sempre a certeza de tudo e estarmos totalmente confiantes nas nossas decisões e escolhas. O tempo tem-se encarregado de me mostrar que nem sempre as coisas funcionam assim, com toda a dificuldade que estes momentos implicam. Imagino que a seu tempo conseguirei falar de tudo quanto me tolda a visão agora mesmo, que poderei racionalizar o que me parece agora um amontoado de emoções à solta e que me tem dificultado a verbalização das coisas. Tempos estranhos, estes e fico-me agora por aqui. A seu tempo, tudo se ordenará.

2 comentários:

Zé/Ficha disse...

Nunca destabilizam! Infelizmente não nos cruzámos deste vez... fica para as próximas. Espero que tenham aproveitado ao máximo tudo.

Beijos para os 3

Dalma disse...

Marisa, e eu que pensava que virias em Setembro! Já estava a magicar um almoço contigo e com a Sandra Raimundo no Tarro que agora está renovado e tem umas sobremesas ótimas! Terá que ficar para uma próxima. Lá para 21 ou 22 de Agosto, quando chegar destas latitudes que me propûs percorrer, vou- me juntar com a Fátima e a Sandra para o nosso "almoço de verão"...
Sinto-te um pouco desanimada ou é impressão minha? Claro, nada de abandonar as "borboletas na barriga"!
Beijinhos