maio 06, 2016

Nem só de chuva se faz a nossa Primavera


Um dia de férias só para mim. Eu sei que podia ter ficado, pelo menos, com a miúda mas decidi levá-la para a creche na mesma. Um dia só para mim, sem estar doente ou ter qualquer responsabilidade a cumprir. Ainda mais incrível, se pensar no tempo que faz hoje.
 
Saí de casa às nove da manhã. Ir a pé para o centro da cidade estava fora de questão porque ainda é um bocadinho longe mas decidi deixar o carro em casa e pus-me a caminho do autocarro. Headphones na cabeça, uma playlist das minhas e aquela disposição que só um dia de Sol traz. Meti uma carta no correio, passei pela escola do miúdo onde ainda havia silêncio. Quinze minutos de autocarro e estava no centro da cidade do Luxemburgo. Havia gente por todo o lado, pessoas a caminho dos intermináveis escritório, turistas, sem abrigo que se têm multiplicado por aqui nos últimos tempos. Obras por todo o lado, limpeza de ruas, fornecedores a descarregar mercadorias, montras a serem compostas - esta cidade está viva!
 
Senti uma ponta de orgulho quando vi a bandeira do Luxemburgo a ondear debaixo deste incrível céu azul. Pensei no que sentem os Luxemburgueses pelo seu país, pela sua cultura e, culpada, percebi que também já vou partilhando um pouco deste mal do coração. Quanto tempo precisamos de viver num sítio até que ele se torne também nosso? Quatro anos são suficientes, vai-me parecendo. Esta cidade não é nenhuma Lisboa (nenhuma cidade se lhe compara!) e este país também não é nenhum Portugal mas é difícil combater o efeito da Primavera que já vai tardando: agradeço poder estar aqui, estável e segura, espalhando o meu amor aos quatro ventos e guardando este país pra sempre no meu coração.

1 comentário:

Dalma disse...

Marisa, gosto de te sentir positiva!